É impressionante como poucos escritores conseguem, com maestria, revelar o belo no horrível, a fragilidade na brutalidade como Ray. Apenas ele é capaz de mesclar sua sensibilidade e o seu toque perturbador em uma única estória. Bradbury tem uma qualidade absurda, ele transforma a linguagem da poesia na prosa. Sua escrita é ritmada, poética (às vezes até difícil), frenética, delicada e potente, que a torna essencialmente única. Ele cria uma atmosfera assustadora por sua realidade ser tão próxima da nossa, mas que é gostoso de se explorar. É tudo muito inquietante.
Além de toda essa habilidade artística que Ray tem, ele nós coloca em constante reflexão. A primeira parte, por exemplo, questiona bastante sobre o ser e o estar. Sobre o pertencer, ou melhor, o ser feliz. Estamos verdadeiramente felizes? ou estamos nos enganando? O que é ser feliz? O melhor é que Ray não te responde nada. E tudo isso é feito por meio de uma escrita leve como a pluma, você flutua pelas páginas, é como eu disse é tudo poético e ritmado. Ray escreve sua maior obra-prima, um livro extremamente interpretativo e seu final não foge disto. Um livro forte, político, social e filosófico que todos deveriam conhecer!
Commentaires