Sempre fui um grande apreciador de romances históricos, sobretudo, histórias de segunda guerra. Não por gostar da guerra mas por querer conhecer histórias de heróis, guerreiros e sobreviventes. Nunca devemos ignorar a história para nunca mais repetir os seus erros. Sendo assim, Mulheres sem nome é uma narrativa que carrega uma imensa responsabilidade — apresentar mulheres esquecidas e ignoradas pelo futuro. A autora escolheu três mulheres muito significativas e interessantes de se observar, pontos de vistas de uma mesma guerra completamente diferentes. Aqui nós temos uma americana que vive sua vida de luxo nos EUA, Caroline um socialite que faz de tudo para ajudar crianças e suas famílias francesas a fugir da guerra que se aproxima. Temos também uma mulher nazista, uma médica que tem “papel” fundamental na medicina nazista. Herta é uma peça fundamental para conhecermos de “perto” o horror e a maldade facista. Além delas, temos Kasia uma judia polonesa que é levada aos campos de concentração e relata para gente tudo de pior que aquelas mulheres passaram.
Olhando para a sinopse dessa história, pensamos logo o quão emocionante tudo deve ser, pensamos em quantos caminhos a escritora pode percorrer para contar um relato tão forte. Mas aí que mora o problema, Martha Hall perde-se em sua narrativa e foge completamente da premissa principal. Mulheres sem nome começa de uma maneira intrigante, principalmente com Herta e Kasia, personagens opostas que trazem narrativas interessantes para nós leitores. Mas com o passar da leitura, nota-se a falta de habilidade construtiva da escritora. Martha não consegue desenvolver sua história, tão pouco suas personagens. Somos constantemente bombardeados por informações desnecessárias, brutalmente deslocados por seus saltos temporais sem sentido e encerramentos inconclusivos.
Martha se mostra uma habilidosa repórter — os melhores momentos de seu livro são quando ela apenas relata fatos mas quanto tenta incrementar a história para torná-la mais atrativa ela nos desconecta e foge do real significado dessa história. Mulheres sem nome decepciona por sair de uma história política, de guerra e de superação, para ser um romance tosco que gera única e exclusivamente raiva.
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