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Crítica | Os caras malvados

Foto do escritor: Caique HenryCaique Henry

Atualizado: 14 de fev. de 2024


Conhecemos muito bem a Dreamworks e seus espetaculares filmes animados que viajam entre o infantil e o adulto, como “Shrek” e '' Como treinar o seu dragão''. É instigante poder observar essa tendência de unir o infantilizado (bobinho, feito pra criança rir) com a crítica social ou temas importantes. Portanto, seguindo essa moda, Os caras malvados constrói uma atmosfera divertida, alegre e repleta de posições reflexivas.


Baseado nos livros de Aaron Blabey, Os Caras Malvados, conta a história de um grupo de animais, comandados pelo Sr. Lobo — que por muitos anos foi considerado o maior vilão em muitas historinhas e contos — Eles são verdadeiros vilões clássicos, que roubam bancos, furtam pessoas e aterrorizam a cidade. Entretanto, após um roubo mal sucedido, essa gangue finalmente será capturada. Agora resta ao Sr. Lobo negociar a liberdade de sua turma e para isso, eles precisarão tornar-se “os caras legais”.



Com uma animação que traz traços dos quadrinhos (HQs), o filme apresenta em seu texto uma história divertida que ensina a valorizar a amizade e a mantermo-nos sempre leais a quem amamos. O longa traz uma “comédia para todos”, repleta de piadas e trocadilhos bem abrasileirados(um show da dublagem nacional) e personagens bem caricatos(como a policial) gerando uma certa semelhança com personagens dos Graphics novels infantis. Tudo isso combina muito bem com a proposta divertida do filme, esse exagero caricato é de fazer qualquer criança gargalhar. No entanto, em seu subtexto o filme exterioriza situações pertinentes que permeiam a filosofia. O longa apoia-se bastante no discurso social\filosófico de Jean-Jacques Rousseau “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe”, afinal temos personagens que são moldados pela sociedade a serem vilões.



Para o mundo os “malvados” são por natureza ruins (pelo simples fato de serem quem são), sendo obrigados a seguir o único caminho que lhes abrem as portas — vale ressaltar que o longa não normaliza a criminalidade, pelo contrário, ele apenas traz à tona a realidade problemática da nossa sociedade, além de mostrar que podemos mudar e provar que não é a sua aparência que define quem você de fato é. É interessante como o filme deixa claro o preconceito social e racial — onde em inúmeras cenas as pessoas se afastam dos “caras malvados” ou acusam eles com muita facilidade(isso acontece muito, não?).


No fim, Os caras malvados entrega tudo que propõe, com personagens de extrema carisma (não tem como não se divertir com o Sr. Piranha e o Sr. Tubarão) e um elenco de dublagem que está formidável — com Rômulo Estrela (Sr. Lobo), Sérgio Guizé (Sr. Cobra), Agatha Moreira (Diane Raposina), Babu Santana (Sr. Tubarão), Luis Lobianco (Sr. Piranha) e Nyvi Estephan (Srta. Tarântula).


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