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Crítica | Sound of Metal

Foto do escritor: Caique HenryCaique Henry

Atualizado: 14 de fev. de 2024

Quando paramos para pensar em alguém com alguma deficiência, na maioria das vezes, pensamos no quão duro aquela vida pode ser. Além do mais, esse desafio pode ser ainda maior quando a deficiência se apodera de uma pessoa que necessita de certo sentido para trabalhar. E em “Sound of metal” é usado essa ideia desafiadora que uma vida pode se tornar após uma grande mudança.


Pode soar um tanto quanto irônico, mas “Sound of metal” obtém do som, ou melhor, da mixagem de som como principal ferramenta. A direção nos imerge através de sua mixagem, nos faz sentir parte de sua obra - de uma certa maneira até verossímil. Por meio deste método técnico, ficamos mais próximos de Ruben, sentimos a sua dor, a sua angústia e o seu medo de um futuro diferente.

Toda essa construção angustiante unida à grandiosa atuação de Riz Ahmed faz com que o espectador fique ainda mais imerso. Riz Ahmed traz uma atuação firme aos moldes do filme, realista e bastante humana. É quase impossível não sentir certa empatia e emoção para com o protagonista. Na verdade, arrisco dizer que "Sound of metal" seja um filme sobre empatia.


O longa não apresenta a deficiência auditiva como uma doença ou grande problema, Sound of metal é humano o suficiente para tratar o "surdo" como um ser humano comum - que dialogá, que brinca, que sente a música, que é capaz de viver sem muitas diferenças. Em inúmeros momentos somos direcionados por meio dos diálogos certeiros do roteiro, que a "surdes" não é uma vergonha. E a personificação deste orgulho surdo está no personagem do Joe (Paul Raci), um veterano de guerra que perdeu sua audição em combate.

É interessante como a mise-en-scène de Sound of metal apresenta a ordem e a desordem. São, portanto, dois conceitos extremamente opostos, mas que, ironicamente se completam. Assim como na filosofia Ying-Yang (bem e mal se completam), não existiria equilíbrio sem o caos e vice-versa. O som de forma simbólica representa a desordem, enquanto o silêncio representa a calmaria e o equilíbrio.


Darius Marder balanceia seu filme de uma maneira espetacular, contendo em seu primeiro ato a desordem - onde o heavy metal tem uma grande presença, visto que é um estilo musical sem harmonia, barulhenta e caótica. E em seu terceiro ato é apresentado a ordem, em particular a ultima cena - onde o silêncio e sua calmaria tomam conta da tela.


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