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Crítica | Anônimo

Foto do escritor: Caique HenryCaique Henry

Atualizado: 14 de fev. de 2024


Interessante a maneira que o filme lida com a masculinidade, temos Hutch um homem em crise de meia idade seguindo sua vida pacata e entediante. A maneira como Ilya Naishuller decupa esses momentos evidencia o quão repetitivo é a vida de Hutch, os diálogos e ações são sempre os mesmos, ficando claro nos primeiros 10 minutos tudo isso.

Hutch é um homem aparentemente muito inseguro, sua postura cabisbaixa reforça o seu momento de crise e de uma masculinidade frágil. Sua família o trata com insignificância, sua esposa não lhe dá atenção, seu filho não sente orgulho dele e a única pessoa que o valoriza é sua pequena filha, que sente-se segura em seus braços.

Entretanto, a partir do momento de virada para o segundo ato, a vida de Hutch se transforma, costumamos chamar isso de "ponto de não retorno" no qual o personagem só poderá ir para frente e nunca mais retornar. Tudo muda a partir daqui, principalmente o método que Ilya lida com sua mise en scene, câmera perante Hutch se porta diferente - contra plongées frequentes tornam Hutch mais imponente - agora ele está mais confiante, sua postura muda, seu modo de falar também.

A masculinidade do protagonista refere-se a brutalidade (o que me lembra clube da luta), o combate o faz sentir vivo e um homem novo. Cada soco e sangue tirado gera em Hutch uma nostalgia de seus dias de glória. É importante notar que não só em Hutch essa relação de masculinidade está, pois seu pai um idoso ex FBI também sente saudades de se sentir um "homem" e lutar mais uma vez.

Vale ressaltar que a representação da masculinidade em "Nobody" se dá por meio da força física (como os clássicos dos anos 80; Rambo) e isso não é um problema, pelo contrário, Ilya trabalha com excelência tornando o filme interessante e não problemático/tóxico. Pois bem, Hutch em momento algum trata sua esposa com desdém, na realidade ele se porta como um homem de muito respeito, até o seu plot é motivado por uma causa nobre!

As coreografias de luta são fantásticas (dignas de um crossover com John Wick), cenas de tirar o fôlego e muitas das vezes acompanhadas com uma trilha sonora instigante. Além da ação "Nobody" se utiliza muito bem dos momentos cômicos, a comédia aqui é o toque especial deste filme, que além de te impressionar com tanta violência, te tira grandes risadas.


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