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Crítica | WALL-E

Foto do escritor: Caique HenryCaique Henry

Atualizado: 14 de fev. de 2024


Como muitos sabem a Pixar possui a incrível capacidade de fazer filmes que atendem a todos os públicos. Seja com uma aventura fantasiosa para as crianças, ou um grande ensinamento emocionante para os adultos. E para mim, um grande apreciador dessas animações, WALL-E é sem duvidas a minha favorita!


O filme de 2008 conta a história de WALL-E um dos últimos robôs deixado na terra, e sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio o curioso WALL-E se apaixona e resolve segui-la por toda a galáxia.

É intrigante pensar que WALL-E não está em uma realidade tão distante da que vivemos atualmente, Pois os humanos abandonaram a terra em virtude do seu próprio descaso com a tal, não muito diferente do que muitos fazem hoje. Seu descuido foi capaz de impossibilitar a vida no único lar possível em toda a galáxia. Sendo assim, um aviso para nós cuidarmos do nosso planeta, pelo simples fato dele ser único!


Mas, não só a falta de empatia para com nosso planeta o filme é capaz de versar. WALL-E é pontual ao críticar o Sedentarismo, em um período em que esta condição estava (continua) em alta. Em virtude dos avanços tecnológicos as pessoas acomodaram-se em suas poltronas, visto que, não precisa mais levantar-se para pedir uma pizza ou ligar a luz da sala. Portanto, em planos fechados com bastante detalhe (planos detalhes), o filme apresenta os humanos, preguiçosos, incapazes de praticar esportes (a não ser pelo virtual), inconscientes de um mundo real. E claro o mais comum e chocante, que comunicam-se apenas pela tela virtual.

A sua mise en scene me fascina, ela que une o passado e o futuro em um único plano. Pois bem, se pararmos para observar o nosso querido robozinho, só desenvolve a sua humanidade por meio do passado, resgatando filmes feitos do século 20, objetos utilizados por humanos do passado e ouvindo canções antigas. É interessante notar também que, toda a trilha sonora é composta por músicas do nosso século passado, ou seja, valorizando o nosso legado! Recordar é viver. Resgatar ao passado é aprender a valorizar o futuro, portanto, aprender com seus acertos e principalmente seus erros.


Por mais irônico que possa parecer, Wall-E carrega em si uma ingenuidade comparada a uma criança. Seu olhar bobo e curioso pelo mundo ao seu redor, focado muitas vezes por closes, denotam a sua paixão por se sentir “humano”. Se sentir humano é poder ter medo, raiva e amor. Este último me encanta por ser a maior motivação do nosso protagonista.

O fogo refletido em seu olhar simboliza o amor que arde dentro de si, ao fundo toca a melodia romântica que representa o amor deles por todo o filme!


Portanto, assim como um humano, Wall-e se permite amar. Mas, diferente de muitos ele se joga em seus próprios sentimentos - talvez seja por causa de sua inocência, mas quem disse que não devemos ser inocentes às vezes - ao olhar pela primeira vez para EVA uma robô tão bela e elegante, ele sabia que sentia algo nunca antes sentido. Pois então, ele decide se jogar a esta sensação. Seria Wall-e uma máquina nos ensinando a arriscar tudo, de vez em quando? Gosto de pensar que sim!

Andrew Stanton faz o exemplo perfeito de um “Deus ex machine”, pois por onde Wall-E passa, toca e interage acaba transformando em algo novo. Até mesmo os seus mais simples gestos como acenar, são capazes de mudar o interior de uma máquina que só seguia sua programação. Engana-te se pensas que só as maquinas nosso protagonista é capaz de mudar, pois se não fosse pelo seu jeito desastrado, ele não teria feito um homem sair da sua realidade virtual, ou feito uma mulher ver o universo a sua volta!


Gosto de pensar em WALL-E como um símbolo de esperança e mudança, e que qualquer um pode fazer a diferença, ate mesmo um robozinho criado para viver no lixo. Aquela pequena lataria enferrujada tem mais alma que muitos humanos que conhecemos!


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