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Crítica | Perfect Blue

Foto do escritor: Caique HenryCaique Henry

Atualizado: 14 de fev. de 2024


Satoshi Kon e Miyazaki são sem dúvidas grandes nomes do cinema de animação japonês (anime). Entretanto, enquanto, Miyazaki busca em seus filmes uma visão mais “família”, Kon brinca com a psique humana. Confesso que não conhecia o trabalho de Satoshi Kon, mas fico feliz de ter começado da melhor forma possível, com a obra-prima Perfect Blue – que conta a estória de Kirigoe Mima, antiga integrante do grupo musical CHAM, que agora tenta seguir a carreira de atriz em busca de uma vida mais bem sucedida. Porém, esse ambiente novo traz várias complicações.

Perfect Blue é um thriller psicológico de extrema inteligência, que versa sobre ascensão pessoal, anseio por fama, dinheiro e juízo de valores. Com toda pressão jogada em sua vida, Mima se vê em um conflito psicológico complicadíssimo, vagando entre o real e o imaginário.

A sua mise-en-scéne é composta por elementos bastante sensórios, viajando por experimentações audiovisuais impressionantes. Além do mais, Perfect Blue é repleto de ramificações, carregando consigo grandes mistérios, e à medida que o filme avança esses mistérios vão ficando cada vez maiores. Para tais experimentações, Satoshi utiliza de planos enigmáticos, iluminações angelicais e cortes rápidos.

Toda a nossa perspectiva é construída através do olhar de Mima, portanto à medida que sua mente entra em colapso, a nossa percepção de real e irreal se confunde por meio dos deslumbres imagéticos da protagonista. E com esse embate do real e irreal entramos em um grande conflito para resolução do mistério – o longa torna-se tão imersivo que somos incapazes de não tentar resolver o quebra-cabeça - e a todo o momento nos questionamos “isso é real?”.

Close up agonizante, que representa dor e medo

O mais interessante em Perfect Blue é que mesmo em seu final – onde tudo aparenta ser respondido – não temos a verdadeira sensação de que aquilo é verdadeiro, ou seja, somos reféns da estória. Presos em um mundo de falsas realidades.

Essas realidades podem até ser falsas (ou não), mas é indubitável que elas são chocantes. O filme nos traz cenas muito pesadas, cenas capazes de quebrar o preconceito de quem diz que animação é coisa de criança!


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